Educação Financeira e Previdenciária

Um momento de reflexão e aprendizado para você, que participa dos planos de benefícios da Fundambras e planeja a longevidade sustentável financeiramente. Busque conhecimento hoje e se prepare para viver o amanhã mais tranquilo, junto de suas pessoas queridas.

FALTA DE DINHEIRO?

Comece a superação com a receita mais antiga: “Conhece-te a ti mesmo”

A fórmula que os filósofos gregos prescreviam para a busca da felicidade pode ser o caminho para resolver a sempre atual questão da falta de dinheiro. O problema é universal. Afeta não só trabalhadores de baixa renda, mas também sobe a pirâmide social na forma de um arraigado sentimento de carência de bens materiais.

Não se trata de mero sentimento entre os demais que preenchem a alma humana. Este em particular extravasa para nossa vida prática, provocando consequências perniciosas como o endividamento fora de controle. “Compre, que você merece”, sussurra aquela voz tentadora dentro de cada um. Por não conseguirem resistir, mais de 72 milhões de brasileiros deixaram de pagar suas contas em dia em janeiro de 2024, segundo dados da Serasa.

Vamos lembrar que a inadimplência torna a vida mais difícil que o normal para todos nós. Entre outros males conhecidos, a falta de capacidade para honrar compromissos financeiros pode prejudicar a saúde física e mental, reduzir a produtividade no trabalho e abalar relacionamentos afetivos.

BURACO SEM FUNDO – O tamanho do contracheque pouco importa para o desequilíbrio financeiro. “Mesmo pessoas que ganham bem sentem falta de dinheiro”, afirma Valéria Meirelles, doutora em psicologia clínica com ênfase em psicologia do dinheiro. “Tem gente com altos salários que, quando acontece uma emergência, fica altamente endividada porque não acumulou reservas. Ou pessoas que tiveram vida muito confortável e passam aperto na velhice.”

“O dinheiro faz parte do cotidiano, tanto que as pessoas vão usando, quero isso, quero aquilo, e entram no automático financeiro.” É aí que mora o perigo. “As pessoas pensam que sabem lidar com dinheiro, mas não sabem”, diz a doutora. Muita gente teve inteligência suficiente para terminar a faculdade, mas é quase analfabeta financeira. Quando não ignora simplesmente quanto gasta por mês, a pessoa desconhece quais buracos sem fundo sugam seus recursos, e acaba se endividando para cobrir uma despesa urgente.

“Ah, preciso aumentar minha renda mensal. Ou ganhar na loteria, ou num aplicativo de apostas.” Daria um alívio temporário, mas não resolveria, porque o problema é bem mais complexo. Tem solução, sim, mas comece com a sabedoria dos gregos antigos. “Para usar bem o dinheiro, você precisa parar um tempo para se conhecer”, afirma a doutora Valéria. “Sem saber o que quer da vida, fica difícil abrir mão de um gasto no presente para alcançar um objetivo futuro.”

REFLEXÃO HONESTA – “A primeira etapa do planejamento financeiro requer uma reflexão honesta sobre nossa vida”, reforça Márcia Dessen, planejadora financeira CFP (Certified Financial Planner). “A vida é feita de escolhas. Precisamos decidir como, onde e com quem desejamos viver, para analisar se gastamos com aquilo que realmente importa para nós, que vai nos proporcionar segurança, conforto e bem-estar.”

O conhecimento de nosso verdadeiro eu financeiro e a mudança para uma atitude sustentável no manejo do dinheiro demanda superar barreiras dentro e fora de nós mesmos. Além de resistir às tentações do marketing, uma das maiores dificuldades reside em conciliar o presente com o futuro. Precisamos chegar a um padrão de vida compatível com nossa realidade, sem comprometer o preparo para o que acontecerá lá na frente.

“Estamos vivendo cada vez mais, e precisaremos de dinheiro para viver bem a longevidade”, afirma Márcia, que também integra o conselho de administração da Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar). “Assegurar o futuro tem de ser uma das prioridades da vida.” Para conquistar segurança, quem conta com um plano de previdência privada larga no primeiro pelotão. Seu investimento na Fundambras tem exatamente esse objetivo.

SURPRESAS DA VIDA – Outro fator que complica nossa reflexão são as surpresas da vida. “Quem sou eu muda com o tempo, e as finanças precisam mudar quando a vida muda”, diz a planejadora Márcia. Ela ressalta que é muito diferente morar com os pais, ser solteiro, casado, divorciado, ter um filho, dois filhos, ou querer ajudar os pais, os irmãos ou os filhos na velhice. “A conversa precisa ser permanente com você mesmo.”

Falar de dinheiro constitui certo tabu em nossa cultura. Compreende-se. “Não é possível olhar o dinheiro sem pensar nas emoções que ele desperta, como euforia, inveja, preocupação e medo”, afirma a doutora Valéria. Mas dá para vencer as limitações com objetivos claros e algum controle emocional. “Abrir mão de um prazer imediato significa frustrar-se. Mesmo para a pessoa de 60 anos, ouvir um ‘não’ causa sofrimento.” O desafio está lançado, vamos à luta. A transformação começa agora!